Já tinha esquecido das praias quando cheguei à cidade de ruas estreitas, com três metros de largura no máximo, mas que poderiam chegar a apenas meio metro. Havia dezenas de bicicletas, diversos burrinhos carregando tudo que seria possível e imaginável.
Creio que aquele era o meio de transporte do centro da cidade. Algumas daquelas casinhas de paredes tortas davam a impressão de que poderiam desabar a qualquer momento, mas, por outro lado, quanto tempo estavam lá desafiando essa probabilidade que nunca realmente aconteceu?
O branco era praticamente a única cor, do teto até o chão das ruas. Não importava se estávamos no meio da cidade, no porto ou numa igreja no alto de um morro: tudo era pitoresco, um verdadeiro paraíso para os fotógrafos.
Caminhando pela cidade, observei mulheres que, provavelmente por motivos religiosos, vestiam-se de preto, dos sapatos até o lenço em volta da cabeça, contrastando com o branco das casas. Também notei algumas varandas e alguns dos tetos coloridos – azuis escuros, vermelhos intensos e, por vezes, verde brilhante – jamais em tons pastéis.
Agora, o ponto máximo da cidade eram os moinhos no alto do morro, de arquitetura marcante e bastante original, oferecendo um espetáculo deslumbrante, não importando onde estivéssemos, se embaixo admirando os, lá de cima, ou ao lado deles, desfrutando da cidade lá embaixo. Tive a felicidade de fotografá-los já no pôr do sol, proporcionando visões espetaculares.
Voltei ao porto já de noite. Parei numa loja de suvenires, comprei alguns cartões-postais e uma camiseta. Depois, fui a um bar beber algumas cervejas e fiquei apreciando aqueles que passavam por ali. Excluindo os empregados, que eram gregos, cheguei à conclusão de que Mikonos era mais um lugar que pertencia ao mundo – belga, francês, português, suíço, norueguês, canadense, neozelandês – surgiam pessoas de todos os cantos, menos os nativos.
Resolvi tomar coragem e pedi ao garçom informações sobre a praia de nudismo. Tentei ser discreto, falando baixinho, puxando o rapaz para perto de mim. Porém, não adiantou. Ele repetiu minha pergunta tão alto que, se o bar inteiro não ouviu, pelo menos as pessoas das mesas que estavam à minha volta ouviram.
Xinguei-o de todos os nomes possíveis em pensamento, quando dois americanos sentados na mesa ao lado me explicaram, com a maior simplicidade e com riqueza de detalhes, como se fazia para chegar lá. Eram, na verdade, três praias: a primeira não era muito boa, mas as outras duas eram excelentes. A segunda chamava-se Paradise Beach e a terceira, Super Paradise Beach.
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