Para os lados do levante, como diria Marco Polo, está Hangzhou, que naqueles tempos se chamava Quinsai. ”É a mais bela e enorme cidade do mundo”, escreveu o veneziano, encantado com as riquezas da capital da dinastia Song (séculos 10-13 d.C.).
Hoje capital da província de Zhejiang, Hangzhou conserva a beleza e a opulência. Dessa vez, Mao Tsé-tung precisa ceder o mérito a Deng Xiaoping, o líder que promoveu a abertura econômica da China nos anos 1990. Com cerca de 10 milhões de habitantes, a cidade concentra indústrias privadas de eletroeletrônicos e têxteis, que tomaram conta do país depois que os comunistas acharam que um pouco de capitalismo não faria mal… Pouco é modo de dizer: Hangzhou é, por exemplo, a sede da Alibaba, a maior empresa de e-commerce do planeta.
Ponto de partida da rota da seda virtual a contemporânea, a companhia intermedeia a venda de tranqueiras de US$ 1 via web até insumos para empresas do mundo todo. Em 2014, chegou chutando a porta na Bolsa de Valores de Nova York e mostrou resistência à crise da bolsa de Xangai no mês passado. (Chato lembrar também, mas boa parte dessa pujança econômica deriva da mão de obra de gente trabalhando em condições análogas à escravidão, coisa que o governo chinês vive jurando coibir.)
Novos ricos, à frente das pequenas e médias empresas, não faltam. Os sinais estão em toda parte: nos equipamentos urbanos, nos edifícios, nos carrões e em shoppings centers de luxo, como o imenso Hangzhou Tower, que abriga exclusivamente lojas como Gucci, Cartier, Louis Vitton, Prada, Rolex (nãoos de US$ 5, bem entendido.)
Nessa cidade nervosa pela perspectiva real de ficar milionário está o plácido Lago Oeste, abastecido pelo Rio Qiantang. Não passou despercebido por Marco Polo. É o coração da cidade, com 8 quilômetros quadrados entrecortados de pontes de pedras, cercados de alamedas e com vista para templos, pagodes e colinas verdes.
Pela Su Causeway, dá pra atravessar as águas cheias de carpas e de flores de lótus; ou de barco, passando por três pagodes pequenos dispostos em triângulo, cada um com cinco aberturas. Em setembro, no Festival de Meio-Outono, lâmpadas dentro deles projetam a luz de “30 luas cheias”, 15 delas refletidas na superfície.
Lindo já no nome é o budista Templo da Alma Escondida, um dos maiores, mais antigos e mais ricos em imagens de Sidarta da China. No entorno – dos pavilhões, espalham-se outros cerca ) de 300 Budas, esculpidos nas rochas,
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